Entrevista Exclusiva: Janti, de “Till The Day I Die”, fala sobre carreira, novidades e o carinho dos fãs brasileiros

Conheça Janti, o cantor e compositor talentoso, sensível e carismático que está conquistando o mundo com sua arte autêntica.

Se você já ouviu “Till The Day I Die” rolando nas redes ou nas plataformas digitais — especialmente ali nas sugestões do Instagram —, então já esbarrou no som de Janti. O cantor e compositor, que tem raízes assírias e nasceu em Bruxelas, atualmente, mora na Suíça, vem conquistando corações com músicas que são cheias de emoção e verdade.

O Papo Pop bateu um papo exclusivo com ele para conhecer melhor sua trajetória, as inspirações por trás das músicas e, claro, a conexão especial com os fãs brasileiros. Dá uma olhada!

Foto: divulgação.

Pra gente te conhecer melhor: de onde você é, onde mora hoje e como foi essa caminhada até aqui?

Eu nasci e cresci em Bruxelas, na Bélgica, mas minha origem é assíria. Hoje moro na Suíça, pra onde me mudei há cerca de dez anos buscando liberdade e independência. Cresci em uma família católica bem rígida, com muita pressão — principalmente por eu ser gay e saber que nunca seria aceito. Durante anos precisei esconder quem eu era. Então, decidi começar uma nova vida, do meu jeito, em outro lugar.

E a música? Sempre esteve com você?

Sempre! Desde pequeno, cantar era algo natural pra mim. Comprei meu primeiro violão com meu primeiro salário e aprendia escondido, com tutoriais online, porque meus pais queriam que eu focasse só nos estudos.

No início, eu postava covers no Instagram e YouTube, e alguns até foram parar na TV! Mas comecei a compor de verdade quando me mudei pra Suíça. Passei por um término bem difícil e escrevi minhas primeiras músicas como uma forma de desabafo. “RIP” e “Dear R” surgiram nessa fase. Escrevi umas vinte músicas e guardei tudo num caderno que tenho até hoje.

Anos depois, um produtor me encontrou no Instagram. Mostrei essas músicas antigas pra ele, e foi aí que decidimos lançar “RIP” como meu primeiro single, em 2022.

Foto: divulgação.

Você sempre quis ser cantor ou já pensou em seguir outro caminho?

Sempre quis música, mas por pressão da família, tentei seguir algo mais tradicional. Cheguei a ser ótimo aluno, fui modelo por um tempo, mas nada me deixava tão feliz quanto cantar. Quando participei de um videoclipe como modelo, percebi que queria mais: queria ser a voz da história, e não só o rosto. Hoje, poder viver esse sonho e saber que fui atrás dele sozinho é um motivo enorme de orgulho pra mim.

O começo foi difícil?

Muito! Ser artista independente é complicado. Eu fazia tudo: mandava e-mails, cuidava da divulgação, tentava contato com rádios e festivais… e, no fim, quase não sobrava tempo pra criar. Mas hoje tenho um time pequeno, com um produtor e um empresário, e as coisas começaram a fluir. Sempre digo pros artistas que estão começando: não desistam.

Suas músicas são bem pessoais. A gente pode dizer que sua história está nas letras?

Totalmente. Cada música é uma parte da minha vida. Depois do fim do meu relacionamento, escrever foi uma forma de colocar pra fora tudo o que eu sentia. Também falo muito sobre a dificuldade de ter que esconder minha sexualidade por tanto tempo. “Silent Screams”, por exemplo, é sobre isso — sobre tudo o que eu carregava em silêncio.

“Till The Day I Die” acabou de sair e já está fazendo sucesso. Como foi o processo de criação?

Essa música nasceu há dois anos. Diferente das anteriores, que falam sobre dor, essa é sobre esperança. Quis escrever sobre o amor verdadeiro, aquele que todo mundo merece viver.

Tive a sorte de cantar com a MISS C-LINE, uma artista incrível da Suíça. O clipe tem um toque especial: no fim, a gente descobre que estamos cantando sobre a mesma pessoa — o que abre espaço pra falar sobre relacionamentos bissexuais, ainda pouco retratados na música.

Seu som tem muita identidade. Quem te inspira?

Sou apaixonado por pop e R&B. Cresci nos anos 2000 ouvindo boy bands e artistas que marcaram época. Hoje, minhas maiores influências são Giveon, The Weeknd, Beyoncé, India Arie e Frank Ocean.

E a letra de “Till The Day I Die” veio de uma experiência pessoal?

Veio de um momento bom, em que eu estava solteiro e acreditando que o amor certo ainda ia chegar. Quis escrever uma música que falasse sobre esse amor que dura pra sempre, do tipo “vou te amar até o fim dos meus dias”. É um desejo real, puro — algo que eu realmente espero viver.

E vem mais coisa por aí? Podemos esperar novos lançamentos?

Sim! Estou trabalhando no meu primeiro EP, que deve sair até o fim do ano. Ele vai se chamar “Confissões” e é um projeto super pessoal, centrado na minha revelação para minha mãe, mas também com outras histórias bem íntimas. Tem bastante influência de R&B e tá ficando lindo!

E o Brasil, já faz parte da sua vida musical?

Demais! Grande parte dos meus ouvintes vem do Brasil — e eu amaria visitar o país. Queria muito participar de um festival ou até abrir o show de um artista local. Seria um sonho! Gosto muito da Mellye da Pabllo Vittar — que tem uma energia maravilhosa!

Olhando pra 2025… o que vem por aí?

O foco principal vai ser o EP, com lançamentos visuais incríveis. E depois? Espero que venha a tão sonhada turnê! Quero muito conhecer meus fãs pessoalmente.

E por fim, o que mais te orgulha nessa trajetória?

O quanto cresci, como artista e como pessoa. Comecei com um violão no quarto, cheio de dúvidas, e hoje estou construindo uma carreira com base na minha verdade. O que mais me orgulha é ter tido coragem de ser eu mesmo e ver que, ao compartilhar isso com o mundo, outras pessoas se sentem tocadas e representadas.

Gostou da entrevista? Então, corre pra ouvir “Till The Day I Die”, já coloca na playlist e segue o Janti nas redes — ainda vamos ouvir falar muito dele!