Conheça Giotto, o criador do “Pra Ver e Comer JP”

Cultura, Gastronomia e Turismo em conexão com João Pessoa

A gente aqui no Papo Pop ama histórias que inspiram, ainda mais quando elas ajudam a valorizar a cultura paraibana! Por isso, fomos conhecer de perto o trabalho de Giotto, o idealizador do “Pra Ver e Comer JP”, uma página que virou referência quando o assunto é viver João Pessoa com todos os sentidos.

Foto: divulgação.

 

Mais do que uma curadoria de lugares para comer e visitar, o projeto é um mergulho afetivo nas riquezas culturais, nos sabores e nos encantos da cidade. E claro, batemos um papo exclusivo com Giotto pra entender como tudo isso começou.

Do coração de Minas à beira-mar da Paraíba

Foto: divulgação.

Giotto é mineiro, publicitário e apaixonado por cultura. Com mais de 12 anos de experiência em comunicação, ele se mudou para João Pessoa há três anos — e encontrou aqui um novo lar, cheio de afeto, sabores e descobertas. A partir dessa relação intensa com a cidade, nasceu o @praverecomerjp: uma página que mistura dicas, histórias, comida boa e muita emoção.

Projeto com propósito

Foto: divulgação.

Mais do que guias turísticos ou gastronômicos, Giotto entrega experiências. Ele acredita que cada prato tem uma história, cada paisagem guarda um afeto e cada restaurante carrega a essência de quem o construiu. O nome “Pra Ver e Comer” é justamente isso: um convite a viver João Pessoa com os olhos, o coração e o paladar.

Gastronomia com alma

Seja uma cocada feita por uma senhora cheia de histórias ou um rubacão com queijo coalho crocante, o que move Giotto é o que está por trás da comida — as pessoas, os sentimentos e as memórias que ela carrega. Ele visita os lugares como cliente comum e só divulga o que realmente o toca.

Inspiração e conexão

Com uma troca linda com seus seguidores, Giotto inspira moradores e turistas a olharem João Pessoa com mais carinho, a sentirem orgulho do que é nosso. “As pessoas me escrevem dizendo que foram em tal lugar e se emocionaram. Isso, pra mim, é o maior presente”, conta.

Giotto, conta pra gente um pouco da sua história! Como nasceu sua relação com a gastronomia e a cultura local?

Sou um mineiro — apaixonado pelo sertão desde pequeno — que atravessou o país pra morar à beira-mar. Minha história é feita de afetos, cheiros, sabores e encontros. Sempre tive um olhar curioso e emocionado pelas coisas simples da vida. A comida, a cultura e as pessoas sempre foram as minhas pontes para o mundo. Quando cheguei a João Pessoa, há três anos, foi como se tivesse reencontrado um aconchego profundo. Aqui, a cultura e a gastronomia andam de mãos dadas, e isso me encantou de uma maneira que não deu pra ignorar. Já havia trabalhado com comunicação, cultura e projetos sociais antes, então foi natural me lançar nessa mistura viva e pulsante que é João Pessoa.

Qual foi o momento em que você percebeu que queria transformar esse olhar atento sobre João Pessoa em conteúdo para outras pessoas?

Sempre foi natural pra mim olhar o entorno com carinho. Desde que saí de minha cidade natal, Bambuí-MG, eu já postava muito para manter viva a conexão com meus amigos e familiares. Quando percebi que as pessoas se interessavam pelas dicas que eu compartilhava, pelos registros dos lugares e pelas histórias que eu contava sobre a comida, percebi que aquilo poderia ser mais do que um simples registro pessoal — poderia se transformar em uma ponte para as pessoas se conectarem com o que é simples e bonito. Foi então que nasceu o desejo de transformar isso em conteúdo, criando conexões por meio das minhas descobertas.

Teve alguma influência na infância ou memória afetiva que te conecta com esse universo da comida e da cidade?

Sim, com certeza. Tenho uma relação muito forte com o Nordeste desde pequeno. Eu assistia à TV, ouvia as histórias de quem vinha pra cá e me encantava com as cores, os sons e as pessoas. A comida, sempre ligada ao cuidado e à partilha, sempre foi uma forma de pertencimento pra mim. Eu lembro da comida da minha mãe, das conversas ao redor da mesa, e isso ficou gravado na pele, no paladar e no coração. Quando cheguei à João Pessoa, tudo isso se reencontrou com a cultura local — e a comida, a música e as histórias só me fizeram mais apaixonado pela cidade.

Como surgiu o @praverecomerjp? Qual foi o ponto de partida dessa ideia?

O projeto nasceu em um momento muito delicado da minha vida, durante uma crise de ansiedade e depressão em junho de 2024. No processo de me reconectar comigo mesmo, encontrei na cidade e na sua cultura um lugar de cura. Caminhar pela orla, descobrir um café novo, conversar com quem estava à frente de um restaurante — tudo isso me fez sentir vivo novamente. O @praverecomerjp nasceu como uma forma de compartilhar esse olhar afetivo, de transformar o cotidiano da cidade em algo especial. Uni as minhas paixões — João Pessoa, fotografia, cultura, gastronomia e paisagens — e comecei a registrar esses momentos com a minha família. Quando percebi, o projeto já tinha nome, identidade e um propósito claro.

O nome é super criativo! Qual o significado de “Pra Ver e Comer” pra você?

Pra mim, o nome é a essência do que eu acredito: comer também é ver, é observar, é sentir o que está ao redor. É sobre o prato, claro, mas também sobre a história de quem está cozinhando, o bairro, a cultura que se revela em cada ingrediente. O nome tem esse jogo de palavras, que remete a ver a cidade e comer seus pratos — mas vai além disso. “Pra Ver e Comer” é um convite a viver a cidade com todos os sentidos. Ver com o coração, comer com os olhos antes de se deliciar com os sabores, enxergar o gosto nas pessoas, nos gestos, na paisagem. É sentir que a cidade é um prato cheio de histórias para descobrir.

Quais são os principais pilares da página hoje? Você busca mais destacar a gastronomia, os lugares ou as histórias por trás de cada ponto?

O foco está na experiência. Claro que a gastronomia é um pilar importante, mas o que me interessa de verdade é a sensação que cada lugar transmite, a história de quem o criou e o que aquele espaço desperta em quem o visita. É sobre gastronomia com alma, com contexto. Os pilares são a cultura local, o afeto e a valorização do que é genuíno. Quero que as pessoas sintam a cidade de João Pessoa de uma maneira única, que se sintam parte dessa narrativa.

Como você escolhe os locais que vai visitar e divulgar? Tem algum critério especial?

Eu sempre me guio pela intuição, pelo afeto. Valorizo lugares que têm verdade, que têm alma. Pode ser uma barraca de tapioca ou um restaurante mais sofisticado — o que importa é a história que aquele lugar carrega e o que ele representa para a cidade. Também gosto de dar espaço para aqueles que estão começando, para quem está resistindo e criando com coração. Eu escolho lugares que me tocam, seja pela comida, pelo atendimento, pela energia do local. Não se trata de ser o mais famoso, mas de ser genuíno. E, claro, sempre gosto de visitar como cliente comum, sem que saibam que sou criador de conteúdo.

Já teve alguma descoberta surpreendente em João Pessoa que te marcou muito?

Sim, várias! Uma das que mais me marcou foi a história de uma senhora que faz cocadas. Ela me contou uma trajetória de vida bastante difícil, mas que continua fazendo a cocada porque sente que é uma forma de manter viva a memória de sua mãe e avó. Essas histórias, que envolvem comida como resistência e poesia do cotidiano, me emocionam profundamente.

Qual foi a maior mudança que o projeto trouxe pra sua vida pessoal e profissional?

O “Pra Ver e Comer JP” me reconectou comigo mesmo. Eu sempre falo que a vida só tem sentido quando estou em convivência. Esse projeto trouxe propósito à minha vida, abriu portas e me conectou com pessoas incríveis. Profissionalmente, tem me permitido juntar minha experiência em comunicação com a minha paixão pela cultura e gastronomia. Pessoalmente, é uma forma de cura, de presença, de gratidão.

E o público? Como tem sido a troca com as pessoas que acompanham o @praverecomerjp?

A troca com o público tem sido maravilhosa. Recebo mensagens de agradecimento, de pessoas que foram a lugares que indiquei e se emocionaram. É muito carinho, sugestões e até memórias compartilhadas. Tem gente que diz que só de me acompanhar já sente que conhece melhor a cidade — e isso, pra mim, é o maior presente que posso receber.

Se tivesse que montar um roteiro ideal de um dia em João Pessoa com comida, arte e cultura, quais seriam as paradas obrigatórias?

Ah, essa eu vou deixar para você acompanhar a página e escolher um dos roteiros que sempre compartilho por lá!

Um prato que representa João Pessoa pra você?

Um rubacão com queijo coalho crocante e cheiro-verde por cima. Simples, com uma história rica, e com um sabor que é difícil de explicar, mas que se sente em cada mordida.

E para quem está começando a criar conteúdo local, que dica você daria?

Seja verdadeiro, siga sua intuição. Comece pelo que te emociona, pelo que você realmente ama. Não existe fórmula, existe o sentir. Conte as histórias que só você pode contar, e não tenha medo de ir com calma. O conteúdo que conecta é aquele que nasce de dentro. A verdade se encontra no olhar, no gesto, na vivência.