O Papo Pop bateu um papo especial com o empresário e produtor cultural Daniel Beltrão, fundador do Centrô, um dos espaços mais queridos da cena cultural de João Pessoa. Localizado na charmosa Praça Antenor Navarro, em pleno centro histórico, o Centrô vem ajudando a movimentar a cultura da cidade, reunindo música, arte e gente de todos os cantos.

Fundado em 2022, o espaço nasceu do desejo de Daniel de criar um ambiente onde pudesse colocar em prática suas ideias e experiências acumuladas ao longo de anos trabalhando com produção cultural. Antes do Centrô, Daniel já divulgava eventos locais em seu blog, produzia festas em espaços importantes da cidade como o Espaço Mundo, a Vila do Porto e a Boate Seven. A abertura do seu próprio bar e espaço cultural foi a realização de um sonho antigo — mas também um ato de resistência, diante dos desafios de manter vivo um pedaço tão importante da história pessoense.

Conversamos com Daniel sobre sua trajetória, os desafios de atuar no centro histórico, a importância da preservação desse patrimônio e, claro, as novidades que vêm por aí no Centrô. Confira:
– Daniel, conta pra gente um pouco da sua trajetória: como nasceu a sua relação com a cultura e com o centro histórico de João Pessoa?
Em 2008, eu tinha um blog que já divulgava os eventos que aconteciam aqui em João Pessoa. Em 2014, comecei a produzir eventos no antigo Espaço Mundo, Vila do Porto, Boate Seven, entre outros. Em 2022, resolvi abrir um bar no centro histórico de João Pessoa.
– O que te motivou a criar o Centrô e quais foram os maiores desafios que você enfrentou no início do projeto?
Eu sempre tive vontade de ter um bar onde pudesse colocar em prática todas as minhas ideias, que antes ficavam limitadas em outros espaços. A dificuldade inicial — e que ainda persiste — é a desvalorização do centro da cidade, uma região que ainda sofre muita marginalização.
– Falando sobre o espaço, quais foram os principais marcos que o Centrô já viveu até hoje?
O principal marco é, sem dúvidas, o samba que acontece aos domingos, levando um mar de gente a frequentar o centro histórico em pleno domingo. Eu acho isso incrível.
– Podemos esperar novidades para o Centrô nos próximos meses? Tem alguma ação, projeto ou parceria nova que você possa compartilhar com a gente?
Vem aí o aniversário de 3 anos do Centrô, que vamos celebrar com uma super festa! E estamos também com um projeto para levar o samba para a Praça Antenor Navarro — mas isso ainda é segredo…
– Agora, olhando para o cenário mais amplo: na sua visão, qual é a importância de manter vivo e pulsante o centro histórico de João Pessoa?
Esses casarões contam muitas histórias. Estar aqui, mantendo as portas abertas e trazendo pessoas para o centro, é uma forma de preservar essa importância histórica — afinal, foi aqui que tudo começou, né?
– Como espaços como o Centrô ajudam a revitalizar e dar nova vida a essa região tão simbólica da nossa cidade?
Dar vida ao centro é uma luta diária. Estamos aqui como resistência, sem apoio, construindo história e mantendo viva a memória dos nossos antepassados. Movimentamos a economia local, promovemos música ao vivo e mostramos que ainda existe vida num lugar que, para muitos, parece esquecido.
– Qual é o papel da sociedade e do poder público nesse processo de preservação e valorização?
Enquanto sociedade, é fundamental continuar ocupando o centro histórico e reconhecendo que existem espaços abertos e uma programação diversa por aqui. Do poder público, acredito que todo investimento é necessário.
– Sobre a cultura de João Pessoa: como você analisa o atual cenário cultural da cidade?
Em 2025, temos muito mais opções do que anos atrás. Hoje acontecem eventos em vários lugares ao mesmo tempo, o que deixa João Pessoa muito mais viva. O gráfico de qualidade só cresce: temos mais casas de shows, mais artistas e muito mais gente produzindo. E isso é maravilhoso.
– E pra finalizar: qual é o seu maior sonho para o Centrô e para a cultura de João Pessoa?
Meu maior sonho é, um dia, conseguir fechar a Praça Antenor Navarro com um evento produzido pelo Centrô. Ainda vou realizar isso! Para a cultura de João Pessoa, desejo que continue crescendo: que surjam mais artistas, mais espaços e mais oportunidades, especialmente aqui no centro histórico.