O som da guitarra, os gritos libertários, a poesia crua e os riffs eternos: o rock tem um lugar especial na história da música, e também nos corações de quem encontra nele um abrigo, um escape ou uma bandeira. Celebrado oficialmente em 13 de julho, o Dia Mundial do Rock nasceu como homenagem ao megaevento beneficente Live Aid, realizado em 1985 simultaneamente em Londres e na Filadélfia, reunindo ícones como Queen, David Bowie, U2 e Led Zeppelin em prol da luta contra a fome na Etiópia.
Mas, o rock é muito mais que uma data no calendário. Ele é atitude. É estética. É identidade.
Um grito que ecoa gerações
Se antes o rock movimentava arenas com Beatles, Rolling Stones, Janis Joplin, Nirvana e Raul Seixas, hoje ele pulsa em outras estéticas: misturado ao pop, ao trap, ao punk e até à MPB. Bandas como Tuyo, Jovem Dionísio, Lagum, além de nomes internacionais como Måneskin, YUNGBLUD e Olivia Rodrigo, trazem novas narrativas ao gênero, conectando passado e futuro.
A verdade é que o rock não morreu, ele se transformou. Saiu do estereótipo do homem branco de jaqueta de couro para abraçar mais diversidade, pluralidade de vozes e novas bandeiras. O que permanece é o espírito contestador e a liberdade de ser quem se é, sem rótulos.
No Brasil, o som tem sotaque
Do “rock rural” de Zé Ramalho ao rock de protesto da Plebe Rude, passando por Rita Lee, Pitty e Detonautas, o Brasil sempre soube como dar cara própria ao gênero. Em pleno 2025, festivais como o The Town, Rock in Rio e Coquetel Molotov mostram que o público ainda tem sede de guitarra e poesia afiada.
Mais do que nostalgia, o Dia do Rock é um convite à escuta atenta, tanto dos clássicos quanto dos novos ventos que sopram nos fones e nas redes.
Artistas Internacionais
- Queen – Um dos maiores nomes da história do rock, com Freddie Mercury à frente e hinos como Bohemian Rhapsody e We Will Rock You.
- Nirvana – Ícones do grunge nos anos 90, liderados por Kurt Cobain. Smells Like Teen Spirit virou símbolo de uma geração.
- Foo Fighters – Criado por Dave Grohl após o fim do Nirvana, a banda segue relevante e potente nas arenas do mundo.
- Måneskin – Representando a nova geração, o grupo italiano mistura rock, glam e atitude, conquistando o público jovem global.
- Paramore – Comandada por Hayley Williams, a banda começou no emo/punk e hoje flerta com o indie, sem perder a essência.
Artistas Nacionais
- Legião Urbana – A poesia urbana e politizada de Renato Russo marcou o rock brasileiro dos anos 80 e segue atual até hoje.
- Rita Lee – A rainha do rock nacional, eterna Mutante, quebrou paradigmas e abriu caminhos com irreverência e genialidade.
- Pitty – Voz feminina forte no rock dos anos 2000, com hits como Admirável Chip Novo e Me Adora.
- Detonautas – Com letras diretas e sociais, a banda continua ativa e presente nos principais festivais do país.
- Tuyo – O trio paranaense une indie, rock e brasilidade, trazendo uma estética emocional e inovadora ao cenário atual.
Rita Lee: a rainha que reinou com liberdade, irreverência e afeto

Rita Lee não foi só a rainha do rock nacional. Foi a brisa libertária que atravessou gerações, foi a trilha sonora da rebeldia, da infância, dos amores e das revoluções cotidianas. Foi Mutante, foi solo, foi mãe, foi bruxa, foi mulher em sua forma mais inteira e indomável.
Com seu humor ácido, sua inteligência feroz e seu estilo camaleônico, Rita reinventou o que era ser artista no Brasil. Provou que o rock também pode ter batom vermelho, ironia fina e maternidade. E que nenhuma mulher precisa pedir licença para existir, nem no palco, nem na vida.
Ela cantou o amor (Mania de Você), a liberdade (Agora Só Falta Você), a loucura (Ovelha Negra), a juventude eterna (Doce Vampiro), e até os bichos e as plantas. Fez da música um território de experimentação, afeto e resistência.
Rita foi, é e sempre será necessária. Porque sua voz, mesmo em silêncio, ainda ecoa nas nossas coragens diárias. Ela nos ensinou a ser esquisitos sem culpa, a rir do tédio, a amar com exagero e a envelhecer com dignidade.
Neste Dia do Rock, celebramos a mulher que não só fez história, mas a escreveu com glitter, guitarra e gargalhada.