Festival Mada é reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Norte

Lei nº 12.396 foi sancionada e publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (3)

O Festival Música Alimento da Alma, mais conhecido como Mada, passou a integrar oficialmente a lista de patrimônios culturais imateriais do Rio Grande do Norte. A conquista foi consolidada com a sanção da Lei nº 12.396, publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (3).

Foto: divulgação.

Criado em 1998, o Mada chega próximo aos seus 30 anos de história celebrando a música brasileira em sua diversidade. O evento se consolidou como um dos mais importantes do calendário cultural do estado, reunindo diferentes ritmos e revelando novos talentos, ao mesmo tempo em que recebe grandes nomes da cena nacional.

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), bens culturais de natureza imaterial são práticas e aspectos da vida social que se expressam por meio de saberes, ofícios, modos de fazer e celebrações. O reconhecimento segue ainda o que prevê a Constituição Federal de 1988 e está em sintonia com a definição da UNESCO, que considera patrimônio imaterial práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas reconhecidos pelas comunidades como parte integrante de sua cultura.

O Festival Mada, contudo, transcende a noção de um simples encontro musical para se afirmar como um verdadeiro rito de pertencimento cultural. Desde sua gênese em 1998, o festival tem se configurado como uma tessitura sensível e plural, na qual convergem sonoridades, linguagens e identidades que espelham a riqueza do Brasil contemporâneo.

Reconhecido agora como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Norte, o Mada não apenas celebra a música, mas legitima-a como elo fundamental entre memória e invenção, tradição e vanguarda. Cada edição se converte em um território simbólico, onde artistas emergentes dialogam com nomes consagrados, e o público é convidado a partilhar de uma experiência que ultrapassa o entretenimento para se inscrever na esfera da vivência coletiva e da afirmação identitária.

Em um mundo atravessado por fluxos efêmeros e pela velocidade das modas, o Mada resiste como um espaço de consagração da diversidade, revelando-se laboratório de experimentações e vitrine para a força criativa nordestina em diálogo com o cenário nacional. Mais do que um festival, é um testemunho da potência transformadora da arte e um farol que ilumina o papel da cultura como alimento da alma, tal como sugere seu próprio nome.

Neste ano, em sua 27ª edição, o evento será realizado nos dias 17 e 18 de outubro, na Arena das Dunas, em Natal. Entre os nomes já confirmados no line-up estão Marina Sena e Liniker, que prometem apresentações marcantes diante do público potiguar.

Com o novo título de patrimônio cultural imaterial, o Mada se firma ainda mais como referência na cena musical e cultural do Nordeste e do Brasil — um patrimônio vivo que pulsa em Natal e reverbera por todo o país.