Poucos festivais no Brasil conseguem carregar consigo o peso de uma trajetória que mistura ousadia, persistência e inovação cultural como o Festival MADA — Música Alimento da Alma. Idealizado em 1998 pelo produtor cultural Jomardo Jonas, o evento que nasceu em Natal com a proposta de dar palco às vozes emergentes da música nacional, hoje celebra um feito histórico: foi oficialmente reconhecido como patrimônio imaterial do Rio Grande do Norte em 2025.
Em entrevista exclusiva ao Papo Pop, Jomardo não apenas revelou detalhes inéditos da próxima edição, mas também abriu o coração sobre o legado do MADA, que se tornou sinônimo de resistência e pluralidade.
“O MADA sempre teve como essência abrir espaço para o novo. Nosso propósito continua o mesmo: colocar artistas ainda desconhecidos ao lado de grandes nomes, valorizando a diversidade de ritmos e a cena local”, destacou o CEO.
Desde a primeira edição, o festival construiu um mosaico sonoro que dialoga com as transformações do país e da indústria musical. O line-up sempre foi uma verdadeira alquimia de gêneros: rock, indie, reggae, hip hop, eletrônico, pop e, claro, os artistas potiguares que ajudam a manter viva a identidade da região. Essa mescla é o que faz do MADA um laboratório cultural e um ponto de encontro entre gerações.
Ao longo de quase três décadas, passaram pelos palcos do festival nomes que hoje são indispensáveis na história recente da música brasileira: Pitty, Liniker, Karol Conká, Criolo, Titãs, Scalene, Nação Zumbi, Tulipa Ruiz e a potiguar Plutão Já Foi Planeta, só para citar alguns. Cada show foi mais do que uma performance: foi um capítulo na consolidação do MADA como plataforma de descobertas e consagrações.
O reconhecimento como patrimônio imaterial do RN não apenas coroa o trabalho de Jomardo e sua equipe, mas também reafirma o papel do MADA como um legado cultural que ultrapassa fronteiras regionais. Para além da música, o festival é um manifesto de identidade, inovação e futuro.
“É gratificante ver como o MADA inspira outros festivais pelo Brasil. A gente nunca abriu mão da autenticidade, e acredito que é isso que conecta o público com a nossa história”, disse Jomardo ao Papo Pop, já prometendo surpresas para a edição deste ano.
Mais do que um festival, o MADA é hoje um movimento: uma celebração de sons, memórias e possibilidades. E, a cada edição, reafirma porque se tornou alimento não só da alma, mas também da própria história da música brasileira.