Música de protesto com glitter na cara: Barbarize lança ‘MANIFEXTA’ e conversa com o Papo Pop sobre identidade, resistência e ancestralidade

O duo recifense Bárbara Vitória e YuriLumin apresenta seu álbum de estreia, um manifesto cultural que conecta gerações, reverencia o manguebeat e projeta a música brasileira para novos territórios

O coletivo musical e performático Barbarize, nascido na Comunidade do Bode, em Recife, lança seu aguardado álbum de estreia, ‘MANIFEXTA’, já disponível em todas as plataformas digitais. Mais do que um registro sonoro, o disco se configura como um grito de liberdade e urgência, costurando ancestralidade, política e estética urbana em 22 faixas que atravessam ritmos como afrobeat, funk, trap, reggaeton, pop e maracatu. O Papo Pop conversou com os artistas, que revelaram detalhes sobre o processo criativo e a proposta de suas músicas, definidas por eles como “música de protesto com glitter na cara”.

Produzido por Thiago Barromeo (indicado ao Grammy Latino), YuriLumin, DJ Luciano Rocha e Itoo, o álbum combina beats digitais e percussões orgânicas, criando uma sonoridade que dialoga com rua e terreiro, tradição e futurismo. Participações especiais reforçam a amplitude do projeto, incluindo Fred Zero4 (Mundo Livre S/A), Louise, Xis, Oreia, Dada Yute, MC Tchelinho, Lino Krizz (Racionais MC’s) e J Coppa, conectando gerações e territórios musicais.

Foto: divulgação.

O repertório do álbum é diverso e potente. “Exu” abre com invocações ancestrais em clima de reza e guerra, seguida por “MNFXT”, instrumental explosivo que anuncia a festa. Em “Mangue”, com Fred Zero4, o duo reverencia Chico Science e Josué de Castro e denuncia desigualdades sociais do Recife. “Mundo Gira”, com Dada Yute, aborda resiliência com influência do reggae, enquanto “AQUITAQUENTE” retrata as contradições da cidade entre brilho e corte. O disco transita entre leveza e deboche em faixas como “Oi, Sumido” (MC Tchelinho) e “Imagina” (Oreia), enquanto “Pararatibum”, com Xis, cria uma crônica ácida sobre a vida cotidiana. O encerramento chega com “Boom Boom” (J Coppa), “Jah Amor” (Louise) e “Mangueboogie” (Lino Krizz), reafirmando a diversidade sonora e poética de MANIFEXTA.

A estética visual do duo é definida como punk afrofuturista reciclado, ou “cybermístico do mangue”, mesclando sucata eletrônica, tintas corporais, roupas reconstruídas e signos ritualísticos. A capa, concebida por Jota a partir de uma foto de Ignus, materializa essa fusão entre orgânico e tecnológico. Cada faixa do álbum recebe ainda lyric, visualizer ou videoclipe, compondo um universo audiovisual interligado e potente.

Para Barbarize, MANIFEXTA é uma celebração e um chamado: “É pra dançar, pensar, sorrir e resistir. É música de protesto com brilho e amor. É o nosso começo, mas também um convite para que cada um se manifeste do seu jeito”, afirmam.

Com esta estreia, Barbarize se consolida como uma das vozes mais inovadoras e urgentes da música brasileira contemporânea, transformando palco, audiovisual e território em uma experiência estética completa, conectando o local e o global em uma linguagem única.

🎧 Ouça e assista MANIFEXTA aqui: YouTube Playlist

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