Prepare os fones, os paredões e o corpo: o batidão chegou com tudo! Nesta quarta-feira (30), a cantora potiguar LEOA lançou o single “Meu Reggae”, uma parceria vibrante com o paraibano Gil Bala, o eterno Rei do Batidão. A música, com produção de Pilove, está disponível nas principais plataformas de streaming e promete ser o novo hino das festas, do verão e de quem vive a potência dos ritmos do Nordeste.
Gravada em Berlim, mas com alma e corpo no calor da música nordestina, “Meu Reggae” é uma explosão de grave, sensualidade e identidade. Com batidas marcantes típicas dos paredões paraibanos e a mistura de sotaques que celebram a diversidade da região, a faixa surge como uma das apostas mais ousadas e dançantes da nova fase solo de LEOA.
“O som é um batidão de Jampa, com essa pegada sensual que lembra o veraneio paraibano. Quando nos encontramos em estúdio, tudo fluiu muito rápido. Compus e gravei minha parte na hora. Gil recebeu o beat e a letra e se conectou imediatamente”, conta LEOA, empolgada com a conexão musical e artística com Gil Bala. O feat, segundo ela, também se fortaleceu ao vivo, quando Gil a assistiu no palco em João Pessoa: “Foi aí que a mágica aconteceu.”
Na faixa, LEOA explora um vocal mais leve e sussurrado, revelando novas nuances de sua voz e personalidade artística. A canção antecipa o tom do primeiro álbum solo da cantora, com lançamento previsto para o fim de maio. “Tem muitas LEOAs dentro de mim, e esse álbum mostra isso. Me inspirei em artistas mulheres que fazem o paredão acontecer. Essa referência é real demais”, afirma.

“Meu Reggae” é o terceiro lançamento da artista após sua saída da banda Luísa e os Alquimistas, grupo que liderou por quase uma década e com o qual conquistou palcos no Brasil e na Europa. Antes, ela já havia apresentado os singles “MALOKERA” e “Melô de Cinderela”, que também integram o novo álbum.
LEOA carrega em sua obra a força da música afrodiaspórica urbana do Nordeste, misturando reggae, rap, funk, afrobeats e sons caribenhos com naturalidade e autenticidade. Poliglota na arte e nas letras, canta em português, inglês, espanhol e francês — sempre com presença marcante e muita identidade.
O Portal Papo Pop conversou com exclusividade com a cantora sobre esse novo projeto repleto de batidas envolventes, parcerias marcantes e identidade nordestina.
1. “Meu Reggae” é uma mistura potente de batidão paraibano com reggae e sensualidade. Como surgiu a ideia dessa parceria com Gil Bala?
Sou muito fã do Gil Bala. Sempre escutei suas músicas e as incluí nos meus sets. Para quem não sabe, além de cantora, também sou DJ e atuo na noite paulistana, em festas no Brasil e até fora do país. A música do Gil Bala e o batidão sempre estiveram presentes na minha pesquisa sonora — é um estilo que adoro explorar nas minhas discotecagens.
Tenho um amigo em comum com ele, o Pilove, que também é paraibano, mas mora há alguns anos em Berlim, na Alemanha. Estamos desenvolvendo alguns trabalhos juntos para o meu novo álbum — inclusive “Meu Reggae”, que tem beat e composição assinados por ele também.
Foi o próprio Pilove quem fez essa ponte com Gil Bala. Quando ele me contou, fiquei muito empolgada, tipo: “Caramba, não acredito que vou fazer um feat com o Gil Bala!” Nunca tinha imaginado essa possibilidade, e ela só se concretizou por causa dessa conexão construída pelo Pilove, que é produtor e coautor da música junto comigo.
2. Você comentou que gravou sua parte de forma espontânea no estúdio. Como foi esse processo criativo tão direto e intenso?
Ano passado, durante a turnê de encerramento da Luísa e os Alquimistas, passamos por Berlim para um show, e claro que entrei em contato com o Pilove — já vínhamos colaborando remotamente.
Coincidentemente, o Gil Bala já tinha gravado sua parte e a produção da música estava encaminhada. Então, consegui gravar minha parte no próprio estúdio do Pilove. A faixa, que começou a ser feita à distância, foi finalizada presencialmente. Acredito que quando os artistas se encontram no estúdio, o processo criativo ganha uma energia diferente, mais intensa e autêntica. E foi exatamente assim: nos encontramos, e eu canetei tudo ali mesmo, na hora.
3. A produção foi feita em Berlim, o que é inusitado para uma música tão nordestina. Como essa ponte cultural influenciou o resultado final da faixa?
Pois é! Sou de Natal, no Rio Grande do Norte, e moro em São Paulo há alguns anos. Só essa mudança dentro do Brasil já me fez sentir na pele o impacto de estar longe de casa, das minhas referências, da minha cultura. Quando a gente migra, sente saudade de muita coisa.
Sair do Brasil e ir para a Alemanha é uma experiência ainda mais intensa. O Pilove já mora lá há bastante tempo e também sente essa necessidade de se reconectar com suas raízes. Nosso encontro foi muito simbólico nesse sentido — dois artistas do Nordeste, fora do país, criando juntos com base em referências culturais compartilhadas.
Fazer essa música com ele foi como levar um pedacinho da nossa cultura para outro lugar. Foi levar o pop nordestino que proponho para um cenário completamente diferente. Essa experiência, esse “deslocamento cultural”, ficou impresso na música. E, com certeza, essa conexão com nossas raízes foi fundamental para manter o coração aquecido durante a turnê e a distância de casa.
4. A música tem um clima de verão, de corpo em movimento. Qual é a principal sensação que você espera que o público sinta ao ouvir “Meu Reggae”?
Sou apaixonada por som de paredão. Além de fazer parte como artista, também sou público. Gosto de estar na rua, de curtir os paredões sempre que posso. Em São Paulo isso é mais raro — tem os bailes funk, claro, mas não é a mesma coisa.
Acredito que quem já conhece esses ritmos vai identificar na hora a vibe que queremos transmitir. E quem não conhece, ainda assim, se conecta porque é um som muito envolvente. “Meu Reggae” traz exatamente essa energia de curtição, de dançar, de se entregar ao momento, de esquecer os problemas por um tempo. É uma música quente, tropical, feita para a pista e para o corpo. Acho que vai bater forte mesmo.
5. Você está preparando seu primeiro álbum solo. O que podemos esperar desse trabalho? Que sonoridades e temáticas ele vai explorar?
Esse álbum explora muitas sonoridades. A mistura, a fusão e o ecletismo fazem parte de quem eu sou como artista. É um disco que conecta a música caribenha com os ritmos urbanos, periféricos e folclóricos do Nordeste.
A proposta é mostrar o quanto o Nordeste brasileiro bebe das mesmas fontes que o Caribe — mesmo que de forma inconsciente. Tem batidão com Gil Bala, brega funk, reggaeton, reggae, bachata, cumbia, dancehall… É um álbum tropical, cheio de fusões inesperadas, mas que se entrelaçam dentro de uma mesma atmosfera.
Cada faixa traz algo único, sem repetição de ritmo, mas todas estão unidas por essa identidade nordestina-caribenha. Minha pesquisa com a cultura do Caribe me revelou muitas influências cruzadas, tanto na sonoridade quanto na estética.
Liricamente, o álbum é muito pessoal. Trato de temas como romantismo, autenticidade na arte e a importância de ser quem se é. Também faço uma homenagem profunda à minha terra. Falo de Natal, do Rio Grande do Norte, com muito orgulho, mostrando que ser potiguar vai muito além dos estereótipos que tentam nos impor.