Quando a música vira afeto: Vanguart emociona João Pessoa

Um concerto em que a suavidade das vozes se entrelaçou às harmonias e fez transbordar sentimentos da alma

João Pessoa foi palco, no último domingo (17), de uma noite em que a música se tornou mais do que som: tornou-se acalanto para a alma, uma experiência delicada, repleta de suavidade e resplendor. A turnê Dois Cantos, da banda Vanguart, trouxe à capital paraibana um espetáculo intimista que celebrou mais de 20 anos de trajetória, transformando cada nota em afeto e cada verso em abraço.

Foto: Papo Pop.

Na Sala de Concerto Maestro José Siqueira, o público foi conduzido por Hélio Flanders e Reginaldo Lincoln, que, entre vozes e instrumentos como violão, bandolim, trompete, gaita e piano, teceram uma atmosfera de entrega e ternura. A suavidade das harmonias entre os cantores funcionou como um fio condutor de emoções, permitindo que cada acorde soasse como um sussurro que acariciava os corações presentes.

Foto: Papo Pop.

O repertório, cuidadosamente selecionado, revisitou clássicos como Semáforo, Oceano Rubi, Meu Sol e Demorou pra Ser, oferecendo novas interpretações que resplandeceram em cores e sentimentos inéditos. A música, nesse concerto, não apenas se ouviu: sentiu-se. Cada canção era um afago, cada melodia, uma carícia. O público, imerso nesse clima de intimidade, respondeu com aplausos emocionados, silêncios reverentes e sorrisos que guardavam o impacto de cada instante.

“Sempre funcionou para nós esse formato mais despojado, onde as canções saltam à frente dos arranjos, com urgência”, declarou Hélio Flanders, com a voz marcada pela intensidade poética que lhe é característica.

Ao seu lado, Reginaldo Lincoln refletiu sobre a comunhão com a plateia: “A existência dessas músicas se confunde com a nossa própria, e sentir que o público as reverbera com tanta intensidade é de uma grandeza imensurável.”

O concerto foi, em essência, uma celebração da música como abraço, uma ponte entre artistas e ouvintes onde a poesia, a emoção e o afeto se entrelaçaram. Hélio e Reginaldo não apenas cantaram: ofereceram pedaços de si mesmos, permitindo que cada nota se transformasse em luz, cada verso em resplendor. João Pessoa não apenas ouviu o Vanguart: foi tocada na alma, convidada a sentir a música em sua forma mais pura e delicada.

 

Ao final, o que permaneceu não foram apenas as melodias ou os aplausos, mas o rastro de afeto deixado no ar, como se cada acorde tivesse acalentado os corações e cada harmonia tivesse espalhado luz e calor. Foi uma noite de resplendor e intimidade, um concerto que ficará gravado na memória e no sentimento de todos que tiveram o privilégio de vivenciá-lo.