No dia 18 de outubro, em mais de quatro horas de música, o show celebra a sanfona e o forró pé de serra na capital paraibana

Encontro das Sanfonas com Dorgival Dantas, Flávio José e Waldonys na Domus Hall

Papo Pop
| 19 agosto 2025

No próximo dia 18 de outubro, a cidade de João Pessoa se tornará o epicentro de uma celebração que ultrapassa os limites do entretenimento para inscrever-se no campo da memória afetiva e da identidade cultural: o Encontro das Sanfonas. Sob a cúpula majestosa da Domus Hall, três nomes consagrados do forró pé de serra, Dorgival Dantas, Flávio José e Waldonys , irão conduzir o público em uma jornada de mais de quatro horas, onde a música se converte em rito, a poesia em canto coletivo e a sanfona em instrumento de comunhão.

Criado em 2010, o espetáculo nasceu como um gesto de reverência à tradição nordestina e, ao longo dos anos, consolidou-se como um dos mais nobres encontros musicais da região. Não se trata apenas de um show, mas de um manancial de cultura viva, capaz de unir gerações em torno de um mesmo compasso, reafirmando o forró como patrimônio imaterial e resistência estética frente às constantes mutações do mercado fonográfico.

Em cena, estarão mestres que, cada qual à sua maneira, representam a solidez e a vitalidade dessa tradição. Dorgival Dantas, o chamado Poeta das Canções, imprime à sanfona a marca do lirismo popular, com obras como Paixão Errada e Coração, que traduzem a essência do sentimento nordestino. Flávio José, por sua vez, é guardião da poesia telúrica do forró, cuja voz grave e melodias como Caboclo Sonhador ecoam como hinos da alma paraibana. Já Waldonys, virtuoso e carismático, traz à cena o vigor da contemporaneidade, mesclando baião e forró com outras influências, sem jamais abdicar da raiz que o liga ao mestre Dominguinhos.

Assim, o Encontro das Sanfonas configura-se como mais que uma apresentação artística: é um ritual de pertencimento e celebração da nordestinidade, onde a música resgata memórias, desperta afetos e reafirma a grandiosidade de uma cultura que pulsa no compasso da sanfona, no balanço do forró e na força coletiva de um povo que encontra, no canto, a eternidade de sua identidade.