A primeira noite do Festival MADA 2025 deixou claro por que o evento segue sendo um dos mais influentes e inovadores encontros da música contemporânea brasileira. Realizado nesta sexta-feira (17), na Arena das Dunas, em Natal, o festival abriu sua nova edição celebrando a pluralidade sonora, a força das mulheres na música e o compromisso com a arte como espaço de resistência e diálogo político.
Com uma curadoria que abraça estilos diversos, do R&B à música eletrônica, do forró ao rap, o MADA 2025 apresentou uma sequência de shows que combinaram emoção, energia e representatividade.
Dani Cruz, Jadsa e Melly aquecem o público com brasilidade e emoção
Quem deu início à festa foi Dani Cruz, cantora e compositora pernambucana, que apresentou faixas do seu primeiro álbum, Canto de Sol. Com sua voz doce e presença cativante, ela abriu os trabalhos com leveza e sensibilidade, dando o tom do que viria a seguir: um MADA de corpo e alma, diverso e potente.
Logo depois, Jadsa trouxe seu som experimental e poético, transitando entre guitarras distorcidas, grooves e letras cheias de personalidade. A artista baiana, que vem consolidando seu nome na nova cena alternativa, fez um show visceral e intimista, com momentos de pura catarse coletiva.
Na sequência, o palco recebeu Melly, uma das artistas mais aguardadas da noite. Indicada ao Grammy Latino, a cantora baiana apresentou seu novo álbum Amaríssima V.2 e levou ao MADA uma performance arrebatadora. Entre passos de dança, visuais marcantes e uma mistura envolvente de R&B com ritmos brasileiros, Melly fez o público vibrar. “Tô muito contente de estar de volta, de sentir o público daqui. Esse festival é muito importante pra mim”, declarou, emocionada.
Marina Sena transforma o MADA em espetáculo

Em seguida, Marina Sena levou sua estética visual exuberante e seu carisma magnético ao palco principal. A artista mineira apresentou a nova turnê do álbum Coisas Naturais, transformando a Arena das Dunas em uma verdadeira pista de celebração pop. “Finalmente o Coisas Naturais veio pra Natal. Muito feliz de ver vocês hoje”, disse Marina, antes de mergulhar em uma sequência eletrizante de coreografias, luzes e hits que fizeram o público cantar do início ao fim.
João Gomes, Jota.pê e Mestrinho homenageiam Dominguinhos

Um dos momentos mais emocionantes da noite veio com o trio João Gomes, Jota.pê e Mestrinho, que estrearam no circuito de festivais o projeto Dominguinho, em tributo ao mestre do forró. O show foi um encontro de gerações, sanfonas e afetos. Canções como De Volta Pro Aconchego e Tenho Sede ganharam novos arranjos e fizeram o público cantar alto, em um clima de festa e nostalgia.
O destaque do projeto vai além da homenagem: é uma reafirmação do forró e da música nordestina como potência contemporânea, capaz de ocupar o mesmo protagonismo que o pop e o rap nos grandes festivais.
Don L traz política, poesia e posicionamento
Encerrando a sequência principal, o rapper Don L trouxe um show carregado de discurso e poesia. Entre faixas de Roteiro Para Aïnouz, Vol. 3 e reflexões sobre o cenário político mundial, o artista cearense fez um pronunciamento contundente: “Palestina livre!”, reafirmando o gesto recente de retirar seu catálogo das plataformas de streaming em Israel, em protesto contra os ataques à Faixa de Gaza.
Com luzes vermelhas e beats intensos, o show de Don L foi um dos mais impactantes da noite, político, artístico e necessário.
Palco Baile da Amada: batidas, corpos e liberdade
Enquanto o palco principal fervia, o Palco Baile da Amada pulsava em outro ritmo, o da música eletrônica e da liberdade corporal. A DJ e cantora Afreekassia estreou no MADA com um set que uniu ancestralidade negra e futurismo, fazendo o público dançar até o limite.
No encerramento da noite, Jennify C., um dos nomes mais promissores da cena potiguar, entregou uma performance poderosa e cheia de representatividade. A artista trouxe participações das Casixtranha, que transformaram o palco em uma celebração à cultura Ballroom, misturando dança, sensualidade e empoderamento.
Um início que antecipa uma edição histórica
Entre aplausos, discursos e encontros, o primeiro dia do Festival MADA 2025 reafirmou o espírito que o move há quase três décadas: ser um espaço de descoberta, diversidade e coragem artística. O evento segue neste sábado (18) com mais apresentações que prometem consolidar o MADA como um dos grandes símbolos da cultura nordestina contemporânea.







