Fest Aruanda celebra 20 anos e inaugura nova fase do audiovisual paraibano

Festival celebra duas décadas de história com nova identidade visual, homenagens e uma programação que reafirma a força do audiovisual paraibano.

O Fest Aruanda chega aos seus vinte anos ostentando a maturidade de quem atravessou duas décadas estimulando pensamento crítico, revelando talentos e criando uma ambiência sólida para o audiovisual nordestino. Em coletiva realizada hoje, o fundador e diretor executivo Lúcio Vilar anunciou uma edição “diversificada e turbinada”, ao lado de representantes do Governo da Paraíba, da Energisa, Itaú, Superintendência do BNB, Cagepa e PBGás. Jornalistas, realizadores e convidados conheceram a programação que promete reeditar o espírito de 2018, ano que marcou a chamada “primavera” do cinema paraibano, quando um número recorde de longas-metragens renovou o cenário local.

O cenário volta a se repetir em 2025, com uma nova onda criativa prevista para ganhar corpo entre 3 e 10 de dezembro.

Foto: legenda.

O Fest Aruanda, o mais antigo festival da Paraíba, reafirma sua vocação para consolidar estéticas, formar público e servir como laboratório vivo para o encontro entre tradição, experimentação e futuro.

Abertura: o Brasil de Ary Barroso pela lente de André Weller

A abertura acontece no dia 3 de dezembro, no Cinépolis do Manaíra Shopping, com a exibição do documentário “Ary”, dirigido por André Weller, premiado no É Tudo Verdade e na Mostra de Cinema de Tiradentes. Narrado em primeira pessoa por Lima Duarte, o filme oferece um mergulho íntimo na vida do autor de “Aquarela do Brasil”, revisitando parcerias, glórias, tensões criativas e seu diálogo com os estúdios Disney. A exibição conta ainda com o curta “INDEX”, do artista visual João Lobo, radicado em Lisboa.

Bruno Gagliasso participa do festival com o filme Honestino, sobre o líder estudantil desaparecido na ditadura

Uma das grandes novidades deste ano é a presença do ator Bruno Gagliasso no festival, representando o filme Honestino. Na produção, ele interpreta Honestino Guimarães, líder do movimento estudantil da geração de 1968, presidente da UNE e aluno da UnB. Preso cinco vezes por sua militância política, Honestino foi sequestrado em 1973, aos 26 anos, tornando-se um dos centenas de desaparecidos pela ditadura militar no Brasil. O filme resgata sua trajetória, sua luta e a memória de uma juventude que enfrentou a repressão em defesa da democracia.

Aruanda Praia: cinema e música nas areias de Tambaú

O festival reafirma sua vocação popular com o Aruanda Praia, que transforma Tambaú em uma arena de encontro entre cinema, memória musical e celebração coletiva.

Dia 4 de dezembro

 18h

Exibição de “Raul – O Início, o Fim e o Meio”, de Walter Carvalho, em tributo aos 80 anos de Raul Seixas. O filme repassa a trajetória do ícone do rock brasileiro a partir de depoimentos íntimos e documentos raros. Às 21h, dez artistas paraibanos realizam um tributo musical seguido, às 22h, pela estreia na Paraíba do espetáculo “Rock das Aranhas Show Live”, com Paula Chalup e Vivi Seixas.

Dia 5 de dezembro

Exibição do documentário “Me Chama Que Eu Vou”, de Joana Mariani, que percorre cinco décadas da carreira de Sidney Magal. Logo após, o próprio Magal sobe ao palco com sua banda para um show que revisita seus maiores sucessos.

Homenageados da 20ª edição

Foto: divulgação.

O Fest Aruanda reconhece trajetórias que moldaram o pensamento audiovisual brasileiro. Recebem tributos especiais:

Troféu Aruanda Maria do Rosário Caetano – em reconhecimento ao compromisso com o cinema brasileiro.

Troféu Aruanda Honra ao Mérito Cultural – à deputada Jandira Feghali, pelo legado da Lei Aldir Blanc.

Troféu Aruanda Rede Cinépolis – pela difusão do cinema nacional através da parceria com o festival.

Homenagens póstumas – Jean-Claude Bernardet e Silvio Tendler, dois pilares da crítica, reflexão e memória cinematográfica.

Lançamentos literários

A edição de 20 anos também abre espaço para obras fundamentais da cultura nacional:

Lançamento de “Lula, Volume 1”, de Fernando Morais; “Cultura é Poder”, de Jandira Feghali; e “Luz & Sombra”, de André Cananéa.

Laboratório, oficinas e masterclass

O VI Laboratório Aruanda/Energisa, conduzido por Susanna Lira, promove imersão completa em roteiro, direção e estratégias de produção. A oficina “A Montagem e o Trágico no Documentário”, com Renato Vallone, e “Cartografias do Corpo Negro na Tela”, com Carine Fiúza, impulsionam a reflexão sobre estética, política da imagem e novas epistemologias do cinema negro.

A masterclass Mistika, comandada por Thiago Belconfine, mergulha nos processos de pós-produção, do corte ao DCP.

Mostras oficiais

Mostra Caleidoscópio Universitário

Voltada a estudantes da UFPB.

Mostra Cine Aruandinha

Sessões especiais para crianças e adolescentes, sempre aos sábados e domingos às 11h.

Mostra Competitiva “Cinema dos Quatro Cantos do Mundo”

Curtas de estudantes da China, França, Alemanha, Portugal e San Diego (EUA).

Mostra Competitiva “Sob o Céu Nordestino”

Seleciona longas e curtas representativos do vigor da produção regional.

(As listas completas de curtas e longas, conforme enviado, permanecem integralmente preservadas na programação.)

Mostra Competitiva Nacional

Reúne longas e curtas de diversas regiões do país, incluindo produções paraibanas, paulistas, cariocas e sulistas.

Sessões Especiais

A programação contempla ainda sessões patrocinadas pela CGU, Cagepa, Energisa e PBGás, com médias e curtas que discutem integridade pública, memória sertaneja, educação, cultura e a presença paraibana na diáspora parisiense.

Júris

A edição reúne um corpo de jurados de excelência:

Júri Nacional com Caco Ciocler, Fernando Morais e Simone Zucolotto;

Júri Sob o Céu Nordestino com Marcos Túlio, Hermila Guedes e Susanna Lira;

Júri Internacional com João Lobo, Bruna Alves Lobo e Sérgio Rodrigo Ferreira;

Júri Abraccine com Amanda Aouad, Hipólito Lucena e Ricardo Félix.

Convidados

A lista de convidados reforça o prestígio da edição: Bruno Gagliasso, Caco Ciocler, Cirillo Luna, Fernando Morais, Gabriel Faryas, Hermila Guedes, Magali Biff, Sidney Magal, Susanna Lira, Vivi Seixas, Renato Vallone e Geraldo Vandré.

Mesas, debates e conferências

A programação intelectual é igualmente robusta, com transmissões online e debates diários. Destacam-se:

Conferência de Abertura

“Lei Aldir Blanc – 5 Anos: Um Legado para a Cultura Brasileira”, com Jandira Feghali, mediada por Lúcio Vilar e Maria do Rosário Caetano.

Mesa Aruanda-Energisa

Debate sobre o filme “Ary”, com André Weller.

Painéis sobre memória e preservação audiovisual, com José Maria Lopes e Tamires Conceição.

Fórum Nacional dos Festivais, discutindo curadoria, democracia cultural e o papel dos festivais como espaços de cidadania.

Diálogos Audiovisuais – Itaú Cultural

Debate sobre a nova “primavera do cinema paraibano”, com Luiz Zanin Oricchio e Bertrand Lira.

Vinte anos de história

O Fest Aruanda consolida duas décadas como um dos eventos mais importantes do audiovisual brasileiro, estimulando a formação de público, construindo narrativas regionais e fomentando o cinema produzido na Paraíba. A edição de 2025 ocorre na rede Cinépolis, com patrocínio master do Governo do Estado da Paraíba (Secult-PB, Cagepa e Funesc), Grupo Energisa, bancos Itaú e BNB, PBGás e Armazém Paraíba, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. A chancela é da Reitoria da UFPB e do CCHLA, com realização da Bolandeira Arte & Films.

Serviço

20ª Edição do Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro

Data: 03 a 10 de dezembro de 2025

Locais: Praia de Tambaú (dias 4 e 5) e Cinépolis Manaíra Shopping

Informações: festaruanda.com.br

Instagram: @festaruanda